29 de março de 2014

Pantanal - Animais

Um dos ecossistemas mais ricos do Brasil, o Pantanal, estende-se pelos territórios do Mato-Grosso (região sul), Mato-Grosso do Sul (noroeste), Paraguai (norte) e Bolívia (leste). Ao todo são aproximadamente 228 mil quilômetros quadrados. Em função de sua importância e diversidade ecológica, o Pantanal é considerado pela UNESCO como um Patrimônio Natural Mundial e Reserva da Biosfera.
O Pantanal é um excelente lugar para a observação de animais. Suas planícies oferecem um ótimo campo de visão para procurar por mamíferos e aves que devem enfrentar o regime das águas se quiserem sobreviver.
Maior espécie de cervídeo da América do Sul, o cervo-do-pantanal (Blastocerus dichotomus) vive em áreas alagadas com até meio metro de profundidade. Possui um casco característico, com membranas interdigitais que é muito útil para distribuir o peso do animal sobre o solo lamacento e ainda ajuda na natação
 
Aves muito comuns no Pantanal, os galos-da-campina (Paroaria coronata) estão sempre em grupos, normalmente associados com os cardeais (Paroaria capitata), enquanto procuram por comida.
Durante a estação da seca, os jacarés-do-Pantanal (Caiman yacare) passam a ficar concentrados em baías que vão diminuindo a cada dia. Quando a água acaba eles podem ficar enterrados na lama, esperando pelas próximas chuvas, dali a três meses. Muitos morrem nessa época, mas os que sobrevivem podem aproveitar a fartura de peixes trazida com a água dos rios que inundam a planície durante a cheia.
O joão-pinto expulsa passarinhos menores de seus ninhos para criar seus filhotes. É impressionante como uma ave tão laranja pode sobreviver em meio ao verde de uma floresta de cordilheira no Pantanal.
O lobinho, também conhecido como cachorro-do-mato, é um mamífero comum no Pantanal. Podem ser encontrados aos pares, vagando pelos campos a procura de frutas e pequenos animais
Com a chegada das chuvas o Pantanal é inundado e os campos, agora alagados, passam a ser habitados por patos, como a marreca-cabocla (Dendrocygna autumnalis), que aproveitam a época de fartura para ter seus filhotes
Onça-pintada: O felino possui um papel importante no ecossistema: seleciona naturalmente as presas mais fáceis de serem abatidas. Isso pode resultar como benefício para a própria população de presas. Porém, fazendeiros abatem esses predadores para proteger seus rebanhos. O desmatamento e a fragmentação do habitat são outras ameaças que contribuem para a diminuição da população No Pantanal, o Projeto Onçafari tenta salvar a espécie através do ecoturismo, mostrando que a onça pode ter mais valor se permanecer viva.
 A seriema (Cariama cristata) parece que está maquiada, pronta para sair pra paquerar: bico vermelho, anel azulado nos olhos e uma crista que se parece com cílios bem longos. A descrição pode parecer brega, mas é uma ave muito bonita. Endêmica da América do Sul, é muito desejada por observadores de aves estrangeiros que visitam o Pantanal.
Os quatis (Nasua nasua) vivem em bandos. Quando se aventuram nos campos abertos do Pantanal deixam a cauda levantada. Assim, cada indivíduo sabe onde estão seus companheiros e o grupo permanece unido.
A sucuri-amarela (Eunectes notaeus) do Pantanal não é tão grande quanto à sucuri-verde (Eunectes murinus) da Amazônia, mas, com 4 metros de puro músculo, ela pode impressionar. São animais muito difíceis de serem observados, pois permanecem sob a superfície d’água, somente com os olhos e as narinas de fora, esperando por uma possível presa. Normalmente são avistadas quando estão cruzando a estrada em busca de uma outra baía para caçar.
O tucano-toco (Ramphastos toco) é o maior predador de ovos e filhotes de aves do Pantanal. Durante a temporada de reprodução (setembro a novembro) é comum ver pequenos pássaros perseguindo e bicando tucanos, na tentativa de proteger seus ninhos. Apesar disso, os predadores são grandes dispersores de sementes e plantam as árvores frutíferas que produzem o alimento dos mesmos passarinhos que tiveram seus ninhos assaltados.
 Ave símbolo do Pantanal, o Tuiuiú (Jabiru mycteria) tem uma envergadura de dois metros e meio. É uma cegonha que cuida muito bem dos filhotes. Enquanto um dos pais está procurando alimento para o resto da família, o outro fica no ninho cuidando da próxima geração.
O príncipe, os machos em plumagem de reprodução adquirem uma coloração vermelha brilhante inconfundível, que pode ser avistada de longe.
A arara-azul (Anodorhynchus hyacinthinus) sofre com o desmatamento, a falta de cavidades para reprodução, com a coleta de ovos e filhotes para tráfico e com a caça para a fabricação de artefatos para serem vendidos aos turistas. Porém, graças aos esforços do Projeto Arara-Azul, a população da espécie segue aumentando no Pantanal.
O tamanduá-bandeira recebeu seu nome devido ao seu grande rabo, que lembra uma bandeira. Quando vai dormir, o bicho o usa como um cobertor. O filhote é carregado nas costas da mãe, onde fica protegido dos predadores. A estação da seca, entre julho e setembro, é a melhor época para se observar mamíferos no Pantanal.
O maior roedor do mundo é muito comum no Pantanal. As capivaras (Hydrochoerus hydrochaeris) vivem em grupos liderados por um macho dominante (foto). Ele esfrega sua glândula sebácea (localizada entre o nariz e os olhos) na vegetação para deixar claro que aquele território é propriedade dele.
Os bugios (Alouatta caraya) são conhecidos pelo chamado grave, que pode ser ouvido a quilômetros de distância. A espécie encontrada no Pantanal possui diferença entre os sexos: o macho é preto e a fêmea dourada. Quando um filhote do sexo masculino nasce, ele tem a coloração dourada e permanece agarrado à mãe, onde fica camuflado e fora de perigo. Quando começa a ficar independente e consegue se defender sozinho, adquire a coloração preta.
Fonte: National Geographic

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